quarta-feira, 2 de abril de 2008

Literatura: "Kafka à beira-mar" - Haruki Murakami

"Kafka à beira-mar" (Casa das Letras) foi o livro que tirou Haruki Murakami do anonimato em Portugal, apesar de ser uma das suas últimas obras. Como sempre, despertamos muito tarde para aquilo que não devíamos e temos o peculiar hábito de ser pioneiros nas coisas erradas. Foi com este livro que me viciei neste estranho escritor japonês. Foi o livro certo para esse efeito, creio eu. Não vou adiantar muito sobre a história até porque o enredo é tão bizarro e fantástico que falharia ingloriamente nessa missão. Posso-vos dizer que envolve gatos-falantes (estes animais são uma constante nas obras de Murakami), personagens que falam sobre Jazz (outra constante de Murakami), soldados japoneses da II Guerra-Mundial perdidos no tempo, bibliotecários andróginos, chuvas de peixe, etc... Enfim, a mesma história de sempre. Há quem precise de silêncio total para conseguir consumir certo tipo de Literatura. Eu tenho o curioso(ou estúpido) hábito de acompanhar todos as obras que leio com um disco específico. No caso de "Kafka à beira-mar" ouvi exclusivamente o "Seven Swans" de Sufjan Stevens. Já não me lembro porque escolhi este disco na altura, mas sei que foi a escolha certa. Até parece que aquele álbum foi composto apenas com o intuito de acompanhar a leitura daquele livro em particular, ou vice-versa. Têm ambos o mesmo ritmo, bonomia e cadência e transmitem a mesma tranquilidade. Cada vez que volto a ouvir aquele disco, automaticamente lembro-me de Kafka Tamura e de todas as suas dúvidas. Quanto ao sr.Sufjan, falaremos dele noutra ocasião.Este texto também está disponível no blog "Arts With Me".

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